Glúten, um inimigo?

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O glúten é uma mistura de proteínas presente no trigo, no centeio, na cevada e noutros cereais. As duas principais proteínas que o compõem são a gliadina e a glutenina. É muito frequentemente utilizado como conservante pela sua capacidade de aumentar o tempo de vida dos alimentos e podemos encontrá-lo em vários produtos de pastelaria, refeições prontas, congeladas e fast-food.

Todas as pessoas reagem ao glúten de formas diferentes. Cerca de 1% da população sofre de uma reação extrema, conhecida como doença celíaca. Para indivíduos com doença celíaca, o glúten pode causar diarreia, dores abdominais, gases excessivos e erupções cutâneas. Ao longo do tempo, pode causar danos nos intestinos, o que prejudica a sua capacidade de absorver determinados nutrientes. Quando uma pessoa apresenta esta condição deve evitar todas as formas desta proteína, mesmo em quantidades mais pequenas. No entanto, mesmo quem não tem doença celíaca pode ser sensível ao glúten, tal como várias pessoas são sensíveis a ovos, produtos lácteos e até soja. Indivíduos com sensibilidade ao glúten podem sofrer de vários sintomas intestinais como diarreia, inchaço abdominal e flatulência excessiva, juntamente com dores articulares e confusão mental, o chamado ‘brain fog’.

O sistema digestivo desempenha várias funções muito importantes no nosso corpo. No trato digestivo, o nosso corpo decompõe os alimentos e absorve os nutrientes. Além disso, as paredes do nosso intestino atuam como uma importante barreira entre o mesmo e o resto do corpo, determinando quais as substâncias que passam para a corrente sanguínea e para os órgãos. O glúten despoleta a produção de zonulina, que abre as junções estreitas da parede intestinal. A zonulina é uma proteína que regula as junções estreitas do intestino e quando a mesma é libertada nos intestinos, as junções estreitas abrem-se ligeiramente e permitem a passagem de partículas maiores através da parede intestinal, o que leva então ao aumento da permeabilidade intestinal.

O consumo moderado de glúten dá ao corpo a oportunidade de apertar as junções estreitas e manter a saúde intestinal. Mas a exposição contínua ao glúten, presente em pão, massas e em alimentos processados, mantém abertas as junções estreitas, o que predispõe ao desenvolvimento da síndrome do intestino permeável. Na presença de intestino permeável, o glúten despoleta uma reação imune, o sistema imunitário desenvolve anticorpos e entramos num estado de inflamação. São vários os estudos a demonstrar que o glúten pode aumentar a permeabilidade intestinal e causar uma resposta imunitária no organismo. O sistema imunitário responde a substâncias que reconhece como nocivas, causando inflamação. A inflamação é um dos mecanismos naturais de auto-proteção do organismo, embora a inflamação crónica possa ser associada a múltiplas condições crónicas. Em indivíduos com sensibilidade ao glúten, este é considerado pelo organismo como um invasor, levando então à inflamação.

No Programa de Bem-Estar da Stargut, que está dividido em duas fases principais com a duração de 7 semanas, propomos a eliminação completa de alimentos com glúten com o objetivo de limpar, reparar e renovar o microbioma e restaurar a saúde intestinal. Após o fim do programa, o participante inicia a Fase 3, onde poderá voltar a reintroduzir o glúten em pequenas quantidades. Nessa altura, o sistema imunitário e a saúde intestinal estarão suficientemente restauradas, em parte porque o equilíbrio do microbioma ao longo do programa oferece uma proteção adicional. Uma boa saúde intestinal e microbiana permite o consumo seguro de glúten duas ou três vezes por semana. Se estivermos perante uma doença autoimune ou propensão para ansiedade ou depressão, o glúten deverá ser evitado.

Se tem algum dos sintomas descritos no início deste artigo, entre em contacto connosco e encontraremos em conjunto a melhor solução para si 🙂